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Estrela da Solidão

  • Katia Kristina
  • 23 de mar. de 2020
  • 7 min de leitura

O Encontro com ELF...

Os últimos suspiros do sol trazem consigo as chamas do anoitecer do ultimo dia do verão. A lua esta alta, como se despedisse da estação quente. Em uma pacata cidade de São Paulo no Brasil. Está havendo um show em uma praça, vários artistas do local fazem suas apresentações musicais, outros declamam poemas de sua autoria, é um show de músicas e poemas autorais. A cidade aplaude neste momento,Um artista que começa sua apresentação. Ele tem a voz rouca, mas bem suave encantando o público na maioria de amigos seus que o aplaudem gritando seu nome. O rapaz toca um violão que parece mais ser o seu melhor amigo. Acho que é um Giannini Folk: é um violão preto, com os contornos claros, a caixa acústica larga, bastante espaçosa o que dá a ele um som de guitarra. Um som forte, grave . O rapaz uma linda canção que fala de um amor distante. - Nesse momento, em frente à praça. Estaciona um Corvette C-6 vermelho. Todos os olhares se voltam. Desce do Corvette uma mulher de figura imponente, com longos cabelos negros, pele alva, olhos de cor indecifrável. Vestindo calças colantes vermelha. Com um porte próprio para atrair os olhares, as atenções, e o respeito; Seu porte impõe admiração: Como se diria em Francês: "Imposant, formidable, grandiose"! Ela caminha com passos firmes entre a multidão. Têm o olhar perdido, não procura nada só está ali por uma razão abstrata. Neste momento o rapaz que está cantando olha para frente e vê aquela mulher estranhamente caminhando em direção à praça com a cabeça erguida como se farejasse o ar. Ele fica olhando fixo para ela, que continua se aproximando como se não o ouvisse. Sua voz fica mais "caliente", encantadora como se cantasse para ela. O público sente e olha para mulher que parece altiva, soberba. Mas logo mudam de ideia, ela sorri. Sorri para todos com delicadeza e continua seu caminho. Explora a cidade, anda pelas ruas. Procura alguma coisa que nem ela sabe o que é... Ao voltar para seu carro, dá uma ultima olhada para o local do show. E vê o rapaz que cantava ainda a pouco, debruçado sobre o alambrado do palanque que serviu de palco, ele está olhando a lua, absorto em seus pensamentos. Ela foi até lá subiu e debruçou ao lado dele que teve um sobressalto. Ele se assustou, porque estava sozinho a alguns segundos atrás. Olhou-a admirado, talvez até fascinado com o ar misterioso da moça. E disse:

- Oi!

Assim para cortar o gelo... Ela não respondeu, olhou-o fixamente e perguntou:

- Você gosta da lua? Da noite?

Ele respondeu pausadamente, com os olhos perdidos na noite escura:

= Sim, eu amo a Lua! Porque não ha nada que tenha a beleza tão perfeita! Somente a lua quem me faz dormir nas noites tristes em que eu sinto um aperto no coração. Para mim ela é um ótimo remédio, para tristeza ou para solidão. Na presença da Lua, eu não me sinto sozinho, a Lua, é uma companhia inigualável. As pessoas que me conhecem dizem que eu sou doido de ficar até altas horas apreciando sua beleza, mas eu digo com toda convicção: Eu tenho imenso fascino pela Lua e sendo assim também pela noite. Eu gosto da escuridão da noite. Ela faz parte de meu ser errante e peregrino.

(A moça o ouviu em silêncio. As palavras dele soaram doces e ternas como as palavras de um amante. Pela primeira vez depois de muito tempo, a moça prestou atenção em alguém, em "um homem.”) Dizendo ele isso voltou os olhos para a moça a seu lado. O rapaz notou que a moça tem o brilho da Lua na pele como se fosse transparente, os cabelos dela jogados pelo vento deixava embevecido seu coração solitário. Ele respirou fundo olhando-a em silêncio! Ela continuava olhando a Lua também silenciosa. Ele pergunta baixinho como se não quisesse tira-la de seu transe.

= Qual é o seu nome senhorita?

Ela virou devagar e respondeu calmamente com delicada, soou como uma melodia aos seus ouvidos sensíveis de músico.

-- Kathrina!

= Kathrina! Belo nome! De onde vens?

--Vêneto, Itália. Estou buscando respostas, tenho uma vida atribulada, estou em constantes mudanças e uma amiga me indicou o Brasil, para pensar no que eu realmente quero. E estou aqui!

Ela pergunta virando-se e olhando-o nos olhos. Com seu olhar indecifrável que o deixava fascinado e assustado ao mesmo tempo: Porque nunca vira olhar tão diferente. Olhar que arranca a alma!

-- E você? Como é seu nome:

Ele responde com suavidade, pretendendo deixá-la presa em suas palavras. "Não entende porque essa moça o deixa assim em harmonia com o universo, mas com a alma em desalinho”.

= Elf! Meus amigos me chamam de Elf o Vampire! Por causa de minha fascinação pela noite.

Kathrina disse com jeito calmo:

-- Gostaria muito de saber o que lhe deixa tão tristonho. Seu olhar está quase apagado: As pessoas que lhe ouviam, tinham lágrimas nos olhos, quão melancólico foi seu sentimento ao cantar. Você parece um Condor em busca do Sol.

Elf respondeu pensativo:

= Oh!! Eu não sabia que estava causando tantos transtornos! Confesso que quando canto eu me absorvo em meus pensamentos, e não me dou conta do que estou fazendo.

Kathrina percebendo a “dúvida” que ficou nas palavras de Elf insistiu na mesma pergunta:

-- Mas o que há com você que lhe tira a atenção do resto do mundo? Eu poderia lhe ajudar, se você me dissesse o motivo.

= Obrigado! Mas acho difícil alguém poder me ajudar...

Disse Elf um pouco triste.

= Diga-me doce Kathrina: você já amou alguém?

Kathrina apoiou-se no alambrado, abaixou a cabeça sem olhar para o rapaz, ficando com o olhar perdido a sua frente e respondeu:

-- Sim, já amei... Eu amei uma linda esperança que voou. Amei e sonhei... Muito... E porque você me pergunta isto? Você ama sem ser amado? Mas é um Ídolo! Que possui bela voz, que possui o poder em suas mãos! Não é possível que não consiga conquistar o amor de sua amada! Qualquer dama se renderia à sua luminosidade; Ao seu esplendor; Ao seu magnetismo natural; Ao seu calor... Que impele a multidão.

E antes que Kathrina continuasse, Elf interrompeu dizendo:

= Qualquer uma, menos ela...

Kathrina parou de falar por uns instantes diante da surpresa, depois lhe perguntou:

-- Que dama lhe ofusca os olhos assim?

Elf olha para o infinito e diz com olhar tristonho:

= Uma princesa!

-- Como se apaixonou por ela?

= Nos encontramos por algumas vezes, em frações de segundo, em muitos lugares, não sei quem é ela, mas nos encontramos. Por que estas surpresa?

-- Porque você me disse que a encontrou poucas vezes como se apaixonou assim?

Elf respondeu: com melancolia na voz:

= Sim, muito pouco... Muito pouco... Mas nestas poucas vezes pude olhar dentro dos olhos dela. E vi toda beleza que ela trazia dentro de si. Pude enxergar seu belo coração... Pude senti-la bem próximo de mim... Acreditei no olhar que vi... No amor... Na cumplicidade... Na entrega...

Kathrina observava Elf que continuava como olhar fixo no infinito. Tentando talvez encontrar novamente o olhar que o deixou tão apaixonado.

*-- "De quem seria esse olhar? Pensa ela”

ainda observando cada movimento de Elf, cada detalhe perguntou:

-- Se eu tivesse o poder de encontrá-la, o que você gostaria que eu lhe dissesse?

Elf olha para Kathrina novamente, Olha naqueles olhos brilhantes por efeito da lua que o deixa sem ação, e diz agora com uma satisfação vinda de seu interior:

= Diga a ela que eu a amo! Que a amo mais do que tudo! Que estarei esperando sempre por ela, esperando nosso encontro. E quando nos encontrarmos, Eu a amarei mais e mais... Nem que demore séculos para este encontro.

Kathrina sentiu a sinceridade nas palavras dele. Sim ele foi sincero em seus sentimentos, ela podia sentir. Afinal ela é uma daiphires. E pode farejar os sentimentos assim como o odor de sangue fresco. Neste momento a lua se escondeu deixando a cidade clara apenas pelas lampadas de mercúrio e loo depois começou a chover! Uma chuva branda, mas com intensidade plena. Cada gota de chuva representava o amor que aqueles dois seres um dia sentiu e que ainda nutrem em seus corações. Eles permanecem assim, quietos olhando a chuva, em silêncio... Elf que estava de olhos fechados ouvindo o som da chuva abriu os olhos quando não ouviu mais, olhou para baixo e vê gotas caindo... Olhou para cima ... A chuva havia sessado.... Mais duas gotas caem iluminadas pelas lampadas em frente. ... Elf querendo saber de onde vinham essas gotas, olhou para Kathrina para perguntar se ela também viu as gotas... A lua volta clareando o rosto da moça... E... Ela está chorando! Elf diz com pesar :

= Desculpe-me bela menina! Falei de mim o tempo todo e esqueci-me de notar que seu coração está sangrando. Que esta noite de pura negritude é teu calvário de solidão. Relembrando a felicidade. Olhe para mim estrela da solidão! Você é linda como a noite de luar! Seus cabelos negros como a escuridão da noite a torna tão bela como a Lua! Deixe-me enxugar essa lágrima de dor assim:

Dizendo isso Elf levou a mão ao rosto de Kathrina expulsando com o polegar as lágrimas que teimavam em cair.... Ao sentir a mão de Elf sobre sua face... Kathrina sentiu um tremor. O sangue correu acelerado. Elf segurando delicadamente no queixo da moa passava o polegar em baixo de dos olhos dela retirando as lágrimas que escorriam... Os olhos de Kathrina mudaram de cor imediatamente! Tornaram-se brancos. Depois violeta Até ficarem vermelhos... Acesos... Incandescente... Elf não retirou a mão... Ele não fugiu como qualquer outro tentaria.... Ficou ali no mesmo lugar, fascinado olhando aquela mulher que tem o brilho da lua. Kathrina o fareja... O odor dele a embriaga, ela fecha os olhos. Ele sente o pranto banhar sua mão... A Lua se esconde novamente! A noite escura encobre o olhar de Elf que agora brilha. Nunca passara por sua mente, que para ser feliz, Fosse preciso antes sofrer. Que fosse preciso gritar em silêncio, E suplantar a alma. Kathrina deitou no ombro de Elf, espalhando os cabelos negros, que vão até as curvas do abdômen musculoso dele. E ficam em silêncio. O daquele desconhecido, que parece conhecer à séculos.... Ali tão perto lhe acende a fome adormecida. Kathrina por instinto enfia as mãos pelos cabelos de Elf segurando firme e virando a cabeça dele... . Elf não diz nada enlaça Kathrina pela cintura e espera. Ele sabe o que vai acontecer e não teme não se afasta. Apenas espera... Decepcionando o rapaz... Kathrina foi se desvencilhando dos braços dele bem devagar, brigando com seus instintos de Vampiro até se afastar totalmente daquele abraço terno e submisso... Deu um ultimo olhar para aqueles olhos que a deixou fascinada e foi embora. Elf continuou em silêncio olhando-a se afastar até sumir em seu Corvette vermelho.

Kathrina e Elf

Agora quando pega seu amigo violão e toca uma canção ele se lembra da moça de calça colante vermelha e Corvette vermelho.. Que ele chama de "Estrela da solidão"!

...........


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