A Clareira das Hapías

Ao ouvir a resposta de Alicia Kathrina partiu na direção que veio o som.

Ela precisava ser rápida! Encontrar Elf antes que Alicia o viciasse em mordidas para aplacar a sede. Enquanto isso Alicia estava pronta para servir a Elf sua primeira refeição humana. Elf estava deitado numa grande pira circular no centro de uma clareira nos arredores da mansão dos Rosembawers.

Alicia chegou trazendo pela mão uma bela jovem de seus vinte e poucos anos, seminua e libidinosa. Se aproximaram de Elf que continuava hipnotizado. A moça roçou os lábios nos dele, Elf continuou imóvel mas suas presas afloraram, a moça chegou os seios cobertos apenas por um tecido transparente bem junto ao rosto de Elf. Ele continuou imóvel, mas suas garras fizeram-se majestosas e perigosas. Alicia se aproximou por trás da moça abraçou-a e segurou firme os seios dela enquanto lambia o pescoço da moça que se arrepiou excitada... Elf se mantinha imóvel, com os olhos abertos e fixos no céu Alicia passou a unha do dedo minimo entre os seios da moça fazendo uma fina fenda onde brotou o sangue vermelho vivo com cheiro adocicado escorrendo bem fininho parando acima do umbigo... Todo corpo de Elf começou a tremer... Eram convulsões doridas que lhe percorriam o corpo, porém Elf não desgrudou os olhos do céu. Isso deixou Alicia irritada! Como ele conseguia se controlar mesmo hipnotizado? Ela falou:

*- Dark Moon venha se alimentar! Voce irá secar e virar pó! Não se preocupe ela quer ser um de nós. Conhecendo sua repulsa por tirar vida eu trouxe para você alguém especial. Levante-se e alimente-se.

Nenhuma resposta corporal do vampiro! Muito mais irritada Alicia pegou Elf pela camisa e o sentou´à pira e segurando a moça pelos cabelos e pelo braço ela ordenou:

*- Morda ela agora!

E chegou a moça junto ao rosto de Elf. Ele olhou aquele pescoço esticado, latejante e seus olhos mudaram de cor, mas Elf virou o rosto. Alicia aprofundou o corte enfiando a unha na ferida feita por ela e o sangue correu mais grosso descendo pelo ventre da moça. As contrações abdominais de Elf pioraram gigantescamente. Ele farejou e tentou tocá-la, mas Alicia sabendo sobre o gosto de Kathrina em se alimentar de energia, não permitiu que ele a tocasse e disse.

*- Quero que você morda! Cole seus lábios num beijo bem aqui no pescoço dela e ao senti-la se arrepiar crave as presas e sugue como num beijo sado-erótico que irá fazer seu corpo reagir sexualmente, tornando muito mais agradável a sucção.

Elf fechou os olhos e abaixou a cabeça virando o rosto. Irada com a renuncia de Elf e acostumada a ser obedecida Alicia mutou para harpia sem soltar a moça Segurou Elf pela nuca e aproximou o rosto dele obrigando-o a encostar os lábios no pescoço da moça, Alicia não poderia morde-la para que o sangue esguichasse, deveria ser de Elf essa proeza, porque era sua iniciação e ela queria esse vampiro como macho! Ele havia se tornado muito belo e era uma ótimo amante quando humano. Elf permaneceu de olhos fechados! Alicia esfregou o rosto dele no pescoço da moça, que nesse momento havia desfalecido de medo. Ela era jovem e tinha uma outra concepção sobre o vampirismo, para ela o vampiro era o homem misterioso e sensual que toda mulher procura! Aquele homem que chega (a noite) diz as coisas que elas querem ouvir e se sentem encantados por estarem ao lado delas...

O homem que é pai e filho! Um vampiro para ela seria a salvação da vida tediante e minimalista que ela vivia. Ela queria o impossível e o inacreditável misturado em um homem só. Mas apavorou-se quando viu o ser que se torna um vampiro.

Alicia continuava com a tortura até que Elf grunhiu pela primeira vez e abriu uma enorme boca que parecia ter-se deslocado suas mandíbulas e se aproximou da moça desfalecida... Nesse momento houve uma algazarra que fez Alicia Parar a tortura. Elf já estava enfiando as presas no pescoço quente da moça quando Alicia tirou-a dele num puxão e a despedaçou jogando longe. A Grande e furiosa Harpia grunhiu alto ao mesmo tempo que deu uma pancada forte em Elf para que ele voltasse ao ponto de hipnose. No instante em que no meio da algazarra de várias harpias surgiu um grande pássaro dourado e pousou suave em um lado da clareira. Olhou altivo para o do outro lado e observou uma série de harpias que grunhia a esmo. No centro, ao lado da pira a Rainha delas. O grande pássaro piou baixinho como um sinal de respeito e avançou lentamente na direção da pira. As outras harpias levantaram voo e pairaram a cima acompanhando de longe sua Rainha e o grande pássaro. Todas as harpias sabiam que não poderiam se aproximar, a menos que fossem solicitadas. Não eram histórias o que Kathrina ouviu sobre essa clareira, ali, viviam harpias realmente e sua Rainha é Alicia e aquele é o seu domínio! As florestas fechadas e sombria que circundam a mansão dos Rosembawers. E Kathrina devia respeito a uma Rainha. Ela sabe que quanto mais poder se adquire mais respeito se deve aos seus semelhantes. A Dampiro conhece essas historias e essa foi a primeira vez que pisou nos domínios das harpias guerreiras. O grande pássaro piou mais uma vez baixinho, quase como se estivesse sussurrando humildemente. Uma grande pedra caiu ao seu lado ... Kathrina não se mexeu estava com os olhos presos nos movimentos de Alícia. Ela se manteve tranquila e aguardando.... A Rainha harpia se aproximou do grande pássaro Altiva dona da situação!

A grande pedra que caiu separava as duas agora! O pássaro fez um gesto de reverência para a Rainha e se pôs em posição de defesa. A Rainha das harpias não conhecia nada daquilo, para ela não existia inimigos nem amigos só a sua vontade. Kathrina mesmo sendo um vampiro é nobre!

A Harpia armou o salto e veio para cima do grande pássaro dourado que esperava o ataque em posição de defesa.... Antes que Alícia alcance Kathrina a pedra rachou de fora a fora e do seu interior surgiu um cone de neblina que começou a envolver o pássaro dourado que apenas estremeceu. Sentiu como se aquela neblina fosse parte dela. A Rainha parou o ataque e se manteve altiva obeservando.

O pássaro dourado estava quase todo envolto pela neblina quando começou a ouvir vozes que lhe pareciam familiares mesmo sendo sussurradas em um idioma desconhecido, mágico. Uma forma foi se materializando ao seu lado ela sentiu algo estranho indecifrável. O pássaro deu um violento impulso e rodopiando no ar afastou toda neblina que o envolvia, baixou sem parar de girar ficando rente ao solo... Num movimento brusco abaixou as asas, esticou as garras na direção da neblina e fechou-as com força prendendo algo nas grossa e longas garras... Sentiu que cortou algo... Quando olhou nas patas estavam vazias.... O pássaro estufou o peito e permaneceu imóvel. A Rainha e as outras harpias não se aproximavam dela. O pássaro recolheu totalmente as asas, o cone de neblina agora estava bem fino e junto a sua cara, nesse momento ela ouviu seu nome entre as vozes. Fechou os olhos e balançou a cabeça, entretanto, passou a ouvir nitidamente seu nome percebeu que as vozes faziam parte de sua vida, não sabe quando. O Pássaro piou suave em resposta.

Diante dela surgiu uma sombra negra que foi tomando a forma de um homem alto com longos cabelos negros escorridos como os dela. A pele branca como cera, olhos de cor indecifrável e lábios muito finos e falou quase sussurrando.

_ Kathrina eu estava em meu sono de 100 anos e fui despertado antes do tempo pelo espirito da sua mãe para não deixar que você violasse a clareira sagrada das harpias e começasse uma guerra ainda maior que a guerra dos vivos. Todas as aves teriam que lubrificar as suas penas, os anjos montariam seus exrcitos juntamente com todos os demônios. Com isso seria o fim dos humanos e não queremos isso não é minha filha?

- FI...Filha?

_Sim! Sou Orfeo O seu pai! Pegue seu humano e vá embora!

- Não posso! Não sou um covarde!

_ Não se trata de covardia e sim de honra e sobrevivência da nossa espécie.

- Como assim da nossa espécie?

_ Esta guerra destruiria todos os humanos que é nossa fonte de sobrevivência e por conseguinte todos os vampiros e a suas raças.

- Alicia não vai permitir! É uma questão de honra! Ela transformou Elf é a dona dele.

_ Se você tem consciência disso por que insiste nessa peleja?

- Porque Elf é meu amigo e abomina a nossa espécie e nossa sede por sangue, quero ensiná-lo a sobreviver sem matar. Mas Alicia o quer.

_ Então que ela lave sua honra em sua forma humana! Peque seu humano minha filha e vá fazer seu intento, eu preciso dormir. sua mãe está a seu lado esperando que você vá. - Minha mãe? Onde?

-- Aqui Kathrina!

- Mãe como você é bonita! Eu... Te matei!

-- Não se preocupe filha! Eu sabia o que aconteceria, mas quis um filho de Orfeu eu o amei muito. Agora vá!

- Sim!

Um vento suave soprou levantando novamente a neblina ao redor de Orfeo com muito cuidado e delicadeza levando de volta para o interior da pedra o Vampiro Orfeu.

Sobre a pedra o vento suave espalhava o espirito de Nerine que perdia a forma se transformando em neblina reluzente. Kathrina sentiu que havia poder e dignidade naqueles sinuosos vultos valsantes. O grande pássaro fez reverência e os dois sumiram assim como surgiram.

Ela caminhou de peito emplumado e com respeito diante da rainha! Ao passar por ela alçou voo e quando estava sobre a pira pegou gentilmente Elf com as garras dos pés, olhou para a Rainha esperando. Alicia desfez a hipnose e Kathrina partiu levando seu amigo.

Se Alicia ira querer reavê-lo? Kathrina não sabe! Mas estará disposta a lutar por alguém que perdeu a humanidade de maneira dolorosa por covardia dela....

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